Os transgênicos estão em nosso cotidiano mais do que imaginamos. Neste artigo vamos te explicar as vantagens e desvantagens desta tecnologia para que você fique bem informado sobre o assunto. Continue conosco!
O que são os transgênicos
A transgenia é a modificação genética, em laboratórios, do DNA de uma espécie com o intuito de transferir características para outra espécie. Isso pode ser feito entre espécies do mesmo grupo ou de grupos diferentes. Um dos objetivos dessa ação é tornar as espécies que recebem o gene, mais resistentes a doenças e a pragas.
A palavra “transgênico” também é conhecida como “Organismo Geneticamente Modificado (OGM)”. O transgênico é aquele que recebeu gene de outro organismo. Essa alteração permite que a espécie passe a apresentar uma nova característica, a característica desejada.
Em 2014, se completaram duas décadas do desenvolvimento do primeiro produto alimentar geneticamente modificado no mundo – um tomate com maior durabilidade criado na Califórnia, Estados Unidos. Vinte anos depois, o mercado de transgênicos na agricultura é cada vez mais expressivo. A cada 100 hectares plantados com soja hoje no Planeta, 80 são de sementes com genes alterados. No caso do milho, são 30 para cada 100.
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No Brasil, foram plantados 40,3 milhões hectares com sementes de soja, milho e algodão transgênicos em 2013, com um crescimento de 10% em relação ao ano anterior. Hoje, das culturas cultivadas em nosso país com biotecnologia, 92% da soja é transgênica, 90% do milho e 47% do algodão também é geneticamente modificado.
Todas as embalagens de alimentos transgênicos contém um “T”dentro de um triângulo amarelo.
Quais são os alimentos transgênicos
Os principais alimentos transgênicos são a soja e o milho. Eles são usados como ração de animais e utilizados em alimentos ultraprocessados como salsicha, bolachas, biscoitos, bolos, salgadinhos, etc.
Alimentos Transgênicos no Mundo
Os alimentos transgênicos são adotados em vários países. Alguns não aceitam alimentos transgênicos, como o Japão. O Brasil está entre os países que lideram a produção desses alimentos.
O que a OMS diz sobre os alimentos transgênicos
A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece que os alimentos transgênicos comercializados não apresentam riscos à saúde humana. Tais produtos já fazem parte de nossas vidas há mais de duas décadas.
A maior parte de soja e milho cultivadas no mundo são transgênicas e os seus grãos são utilizados em grande parte dos alimentos processados, assim como em bebidas. Além disso, há muitos anos bactérias, leveduras e fungos transgênicos atuam diretamente nos processos de fermentação, preservação e formação de sabor e aromas de comidas e bebidas.
Também há outros cultivos transgênicos em alguns países. Nos Estados Unidos, são plantadas variedades transgênicas de mamão, abóbora e beterraba. No Canadá, chegou ao mercado em 2017 o salmão transgênico. Já em Bangladesh, há uma variedade de berinjela resistente a insetos que está sendo cultivada.
Os defensores dos transgênicos dizem que as lavouras transgênicas preservam o meio ambiente porque precisam utilizar menos agrotóxicos, visto que o novo gene recebido pela espécie a torna mais resistente às pragas e, consequentemente, não há necessidade da aplicação de mais agrotóxicos.
Também defendem que as lavouras transgênicas utilizam menos combustíveis e água e que as terras utilizadas se tornam mais produtivas, não havendo necessidade da utilização de novas terras.
A biotecnologia permite produzir mais comida barata e com qualidade e todo alimento transgênico passa por testes laboratoriais e de campo que comprovam que não são prejudiciais à saúde.
É importante ressaltar que em 20 anos de uso em todo o mundo, pessoas de cerca de 50 países consumiram alimentos transgênicos em larga escala, sem nenhum registro de impacto negativo no meio ambiente ou na saúde humana e animal.
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A Lei Brasileira 11.105/05, que regula as atividades com transgênicos e de Biotecnologia em geral, está entre as leis mais rigorosas do mundo. Essa legislação determina que, desde a sua descoberta até chegar a ser um produto comercial, um transgênico é obrigado a passar por muitos estudos, que levam aproximadamente 10 anos de pesquisa. Esses estudos buscam garantir a segurança alimentar e ambiental do produto final.
Um exemplo de transgenia benéfica
Café com resistência à broca
O café é um produto consumido diariamente por cerca de 40% da população mundial, movimentando anualmente US$70 bilhões, o que o torna a segunda maior commodity natural, atrás apenas do petróleo. O Brasil é o principal produtor mundial, responsável por 34% do café comercializado.
O ataque de pragas é um dos piores problemas enfrentados pelos cafeicultores e, entre elas, a mais nociva é a broca do café (Hypothenemus hampei), capaz de causar perdas anuais de cerca de US$ 500 milhões.
Visando ao controle dessa praga, a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia desenvolveu plantas de Coffea arabica geneticamente modificadas (GM), contendo uma proteína que confere resistência à broca do café. Essa proteína interfere na atividade das enzimas digestivas do inseto, impedindo, assim, que ele se alimente do grão.
As plantas estão em fase de estudos regulatórios (caracterização molecular, segurança alimentar e ambiental). A sua utilização pelo agricultor brasileiro trará vantagens, como a diminuição dos custos de produção e redução da poluição ambiental causada pelo uso de inseticidas.
Malefícios da transgenia
Como tudo na vida, há o lado bom e o lado mau. No caso da transgenia somente há o lado mau ou somente há o lado bom. Ou você defende os transgênicos ou rejeita os transgênicos.
Aqueles que rejeitam os transgênicos acreditam que os transgênicos estão ligados às alergias e à resistência de antibióticos em humanos, além de estarem ligados ao desequilíbrio ambiental (poluição da água, do ar e do solo, contaminação de sementes, desaparecimento de espécies, perda da biodiversidade, dentre outros).
Apresentaremos a seguir, alguns pontos críticos da transgenia.
Alergias
Os alimentos transgênicos podem provocar alergia. Uma pessoa que tenha alergia a um determinado alimento, pode passar a ter alergia aos alimentos que tiveram o gene do alimento de origem implantado em si. Isso porque as características da espécie de origem são transferidas para o alimento receptor.
Resistência aos antibióticos
Os genes de bactérias resistentes a antibióticos são introduzidos na modificação genética. Isso pode provocar resistência a antibióticos.
Aumento das substâncias tóxicas
Existem plantas e micróbios que possuem substâncias tóxicas para se defenderem de seus inimigos naturais, os insetos, por exemplo. Na maioria das vezes, não fazem mal ao ser humano. No entanto, se o gene de uma dessas plantas ou de um desses micróbios for inserido em um alimento, é possível que o nível dessas toxinas aumente muito, causando mal às pessoas, aos insetos benéficos e aos outros animais. Isso já foi constatado com o milho transgênico Bt, que pode matar lagartas de uma espécie de borboleta, a borboleta monarca, que é um agente polinizador.
Aumento na utilização de agrotóxicos
Ervas daninhas e pragas poderão se tornar mais fortes devido à resistência de genes a agrotóxicos. Tanto as ervas-daninhas quanto as pragas podem evoluírem e desenvolverem mais resistência a esses genes. E isso provocará o efeito borboleta: automaticamente os produtores precisarão utilizar mais agrotóxicos para que essas pragas não ataquem a plantação.
Um exemplo de cultivo benéfico sem transgênicos
Acima mostramos uma solução para a broca-do-café de forma transgênica. Aqui você tem a solução para a broca-do-café de forma barata e reutilizando materiais o que, com certeza, é benéfico ao meio ambiente.
Café com resistência à broca
Mais informações, acesse.
As patentes dos transgênicos
As espécies transgênicas são todas patenteadas, ou seja, todos aqueles que utilizarem sementes transgênicas, deverão pagar royalties para a empresa que desenvolveu a transgenia. Isso faz com que o agricultor se torne dependente da empresa, visto que sempre terá que pagar pela utilização das sementes.
O agricultor fica impedido de utilizar sementes do plantio anterior o que o obriga a comprar novas sementes. E, mesmo que utilize sementes do plantio anterior, serão sementes transgênicas que produzirão alimentos transgênicos e isso o obriga a pagar para o proprietário da patente, as devidas taxas.
Isso também é válido caso o agricultor não queira mais trabalhar com produtos transgênicos. Sendo assim, ele precisará pagar taxas para a empresa detentora da tecnologia porque, mesmo parando o cultivo, ainda pode nascer uma plantação transgênica.
A contaminação de uma plantação transgênica com uma plantação convencional também pode ocorrer. O espaçamento entre as plantações deve ser adequado.
Ocorrendo contaminação, o agricultor é prejudicado porque pode perder clientes que têm interesse em sua plantação convencional.
O Projeto de Lei (PLC 34/2015), tramitando no senado, solicita a liberação dos produtores de informarem, nas embalagens de seus produtos, que o alimento é transgênico, caso a porcentagem de componente transgênico seja inferior a 1% da composição total do produto.
Mais informações sobre esta lei, clique aqui.
O projeto desrespeita os artigos 6º e 66º do CDC – Código de Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990) por restringir a liberdade de escolha ao omitir informação.
Mais informações sobre esta lei, clique aqui.
Sobre os transgênicos
Hoje somamos bilhões de habitantes e a busca pelo fornecimento de técnicas de produção de alimentos que atendam a essa demanda, movimenta vários setores.
A transgenia, em sua base, é inserir genes de um organismo em outros a fim de desenvolver novas características. Porém, há um perigo constante que ainda demanda muitos estudos por causa da questão destes organismos transgênicos, sejam micro-organismos, plantas ou animais que podem afetar a homeostase nos ambientes naturais, levando a um desequilíbrio ecológico.
Ainda sim, hoje por exemplo, quase toda a soja produzida no mundo é transgênica e foram desenvolvidas para serem plantas resistentes a questões climáticas e aumentar a produtividade. Se pensarmos por este lado, a transgenia evita o uso de mais áreas para o cultivo desta espécie e alimenta um maior número de organismos com menor gasto de produção.
Ainda há estudiosos que acreditam que o aparecimento cada vez maior de cânceres e outras doenças estejam associadas ao consumo de alimentos transgênicos.
Podemos deduzir que alguns micro-organismos patogênicos como algumas bactérias e fungos, podem desenvolver resistências aos atuais antibióticos devido ao contato com estes produtos transgênicos.
O cruzamento de organismos de diferentes espécies não é novidade na história da agricultura, porém, a inclusão de genes de alguns vírus, bactérias e outros organismos em organismos que servem como base alimentar humana, ainda carece de muitos estudos visto que ainda não se sabe todos os riscos para a saúde humana e para o meio ambiente.
Já há legislação que determina a identificação de produtos com o selo informando se o alimento é transgênico, o que facilita para o consumidor adquirir ou não o produto, apesar de que em alguns casos não há muita possibilidade de escolha, como por exemplo, os produtos feitos com soja. São raras as exceções que a soja não é transgênica.
É importante salientar que não é apenas a indústria alimentícia que se beneficia desta tecnologia, mas a cosmética e têxtil que já fazem uso em larga escala destes tipos de produtos.
Alguns genes de vírus e bactérias ou de plantas são introduzidos em outras espécies para que elas produzam mais grãos, flores, frutos e madeiras. Sendo assim, a produtividade aumenta e utiliza-se menos áreas que podem ser preservadas para manter a biodiversidade local.
No entanto, se analisarmos que as pessoas podem perder o controle da reprodução dos organismos transgênicos e eles se espalharem em um ambiente, favorecendo a proliferação de organismos mais resistentes aos fatores ambientais ou façam uma competição desarmônica com os organismos nativos daquela região, diminuindo a biodiversidade, podemos ver que a transgenia traz malefícios para o meio ambiente.
Os micro-organismos têm uma capacidade de mutação a curto prazo e podem criar resistências rápidas contra determinadas características ambientais, como os fungos. Quando se pensa em evolução de organismos mais complexos como animais e plantas, o processo se dá em um longo prazo de milhares de anos.
É importante preservar os ambientes ainda naturais porque eles trazem mais benefícios à espécie humana do que ambientes já degradados. Se a transgenia for bem estudada e tiver um controle total da sua produção, ela pode ser benéfica. Mas, quando um organismo invade o ambiente de uma outra cultura, contaminando o solo, precisando de mais recursos e agrotóxicos para controlar as pragas existentes, é um grande problema.
Por isso, a ciência não pára e sempre está estudando para solucionar os problemas. Se produz um tipo de tecnologia, se utiliza ela por um tempo e aí sim vão entender os problemas causados pelo uso dessa tecnologia. À medida que os problemas vão acontecendo, a ciência vai buscando a solução.
Aqui no Brasil a consciência ambiental está evoluindo. Países que não têm tantos recursos naturais como os nossos, já têm mais consciência ambiental porque já estão sofrendo com os impactos causados pela falta de recursos naturais. Essa consciência se dá de acordo com a necessidade humana de sobrevivência.
Os transgênicos estão em nosso cotidiano e por isso devemos nos informar, cada vez mais, a respeito desse tema.
Continue conosco!
Esse artigo foi produzido inspirado na Carta da Terra.
A Carta da Terra é um documento que começou a ser pensado em 1987 e que, durante a Eco-92, também conhecida como Rio-92, a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada em junho de 1992 no Rio de Janeiro, foi elaborada a primeira versão dessa Declaração. A Carta propõe uma transformação nos hábitos com o objetivo de conquistar uma sociedade pacífica, justa e sustentável.
Temos um artigo bem completo sobre a Carta da Terra. Clique aqui para acessá-lo.
E você? O que acha dos alimentos transgênicos? Conte pra nós a sua opinião!
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Fontes:
https://www2.ibb.unesp.br/nadi/Museu5_transmissao/Museu5_engenharia/Museu5_engenharia_transgenicos.htm
https://idec.org.br/consultas/dicas-e-direitos/saiba-o-que-sao-os-alimentos-transgenicos-e-quais-os-seus-riscos
https://croplifebrasil.org/conceitos/transgenicos-conheca-os-produtos-que-revolucionaram-a-agricultura-no-mundo/
https://www.embrapa.br/tema-transgenicos/sobre-o-tema#:~:text=Transg%C3%AAnico%20%C3%A9%20sin%C3%B4nimo%20para%20a,ocorrem)%20altera%C3%A7%C3%B5es%20ou%20muta%C3%A7%C3%B5es%20naturais.






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